OBRA SUSTENTÁVEL

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

UNIDADES MÉDICAS EM STEELFRAME

Administrações públicas adotam estrutura metálica para reduzir, à metade, prazo de construção de Unidades de Pronto Atendimento.
Uma das soluções modulares adotadas por prefeituras e governos para acelerar a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) é o steel frame, sistema construtivo composto por perfis leves de aço galvanizado que, em conjunto com placas estruturais, formam a estrutura (paredes, vigas, vergas etc.) de uma construção.
De acordo com o departamento de manutenção e obras da secretaria de obras de Santo André (SP), a tecnologia possibilita edificar uma unidade em até seis meses, enquanto uma obra convencional levaria em média um ano para ser concluída.
A Gtec, especializada em obras em steel frame, já participou de nove projetos de UPAs desse tipo em Mauá, Registro e Santo André, municípios do Estado de São Paulo. Para Frederico Chiattone, engenheiro da empresa, a limpeza da construção com steel frame (por ser seca, produz pouco entulho no canteiro) e a possibilidade de se atingir bons desempenhos térmico e acústico - importantes para unidades hospitalares - somam-se aos principais motivadores à especificação do sistema.
O receio fica por conta do fator custo, mas essa suspeita nem sempre é confirmada. Muitas vezes, como o sistema impõe a racionalização de materiais e serviços, os custos da construção de uma UPA com estrutura metálica empatam com os observados em uma obra estruturada em concreto. "Atualmente, 60% do custo da obra corresponde à mão de obra. Por isso, o steel frame, comparado às estruturas convencionais, pode ser até mais vantajoso financeiramente".
A competitividade do steel frame é favorecida também quando há uma fábrica de pré-montagem próxima à obra e quando as peças são montadas em grande escala e com os mesmos padrões fora do canteiro.
Características técnicas
Em Unidades de Pronto Atendimento estruturadas com steel frame, o radier, fundação rasa de concreto armado, é a solução mais utilizada. Quando bem executado e nivelado, o radier dispensa contrapiso, podendo receber diretamente o revestimento.
Para o fechamento das estruturas, podem ser utilizadas placas cimentícias ou Oriented Strand Board (OSB). As duas soluções têm custos aproximados. A vantagem da utilização de placas OSB, entretanto, é que elas auxiliam no contraventamento da estrutura. Sobre a placa, é colocada uma membrana para formar uma barreira contra umidade e vapor, e ainda uma tela sobre essa manta antes da projeção da argamassa.
Já a placa cimentícia tem como vantagens peso reduzido, menor espessura, compatibilidade modular, resistência a impactos e impermeabilidade, além da possibilidade de receber inúmeros revestimentos diretamente. No entanto, o fechamento com esse tipo de placa demanda maior número de contraventamentos.
Mariutti destaca a importância de fazer, entre o fechamento interno e externo da estrutura, o isolamento térmico e acústico. De acordo com o arquiteto, apenas 25% das construções que utilizam steel frame contam com isolamento entre as placas de fechamento. "Se essa medida não for adotada na obra, obtém-se um 'meio sistema'. O nível de ruído que passa entre as paredes é muito grande", alerta. Os materiais que podem ser utilizados nesse caso são as mantas de lã de rocha, lãs de vidro ou painéis de espuma rígida de poliestireno (EPS).
A separação entre os pavimentos internos pode ser feita com lajes secas ou em steel deck, compostas por telha de aço galvanizado e uma camada de concreto. Internamente, os revestimentos geralmente são feitos com placas de gesso acartonado (drywall), bem como os forros. Essa tecnologia garantiria maior desempenho de isolamento termoacústico para as unidades, segundo o Maiutti.
A construtora Gtec costuma utilizar, para esse tipo de projeto, coberturas com telhas termoisolantes, que viabilizam ambientes internos climatizados e reduzem os custos de energia com ar-condicionado. Além disso, essas telhas têm boas características de estanqueidade, impedindo vazamentos que possam comprometer o drywall num curto período de tempo.

MATERIA: Revista Infraestrutura

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